Existe gente que tenta e faz de tudo pra ser reconhecido. Uns mudam a maneira de se vestir, outros a de agir e outros até de opção sexual - o que tem sido muito comum ultimamente. Tem gremista que vira colorado por causa daquela mulher que sempre sonhou, e colorada que vira gremista pra agradar uma amiga.
Em tempos de alta maleabilidade das pessoas, essas mudanças ficam muito visíveis no futebol. Houve o tempo de fazer o corte de cabelo no estilo "Cascão", como o do Fenômeno. E agora é tempo de moicano e chuteira colorida. O time do Santos é quase todo de seguidores do Neymar.
No Grêmio, o criticado Leandro segue a onda. O menino imita o santista até no modo de jogar. Quando alguém chega perto, ele cai. E os árbitros, diferentemente, não caem na dele. No entanto, antes de punir com cartão amarelo, os árbitros preferem virar as costas ao jogador, assim como alguns clubes argentinos fizeram com Messi.
O craque "argentino", então com 13 anos, foi diagnosticado com uma doença que afetava o crescimento. Pediu ajuda. Bateu na porte de vários clubes da Argentina. E o que recebeu? Nada. Ninguém se dispôs a pagar o tratamento dele. Como a família não tinha dinheiro, foi à Europa.
Chegando à Espanha, o Barcelona se dispôs a bancar os gastos com a saúde de Messi. Ele cresceu lá, onde o trataram, cuidaram dele e o deram uma estrutura fantástica para fazer o que mais gostava: jogar bola.
Messi tem 24 anos. Vive e joga na Espanha há 11. Desenvolveu todo seu talento aos olhos do povo do oeste europeu. É quase como um deles.
Talvez seja essa a resposta por ele não demonstrar a mesma vontade de jogar pela Argentina. Messi cresceu na Catalunha, a torcida o ama, o trata como um filho. Muito diferente do que vê no país onde nasceu.
O craque pode até mostrar um bom futebol ao longo dessa Copa América e até na Copa do Mundo, em 2014. Mas o orgulho de vestir a camiseta? Esse não aparecerá.